30 junho 2009

Os radioamadores do RN ainda continuam ativos

Já dizia Chacrinha: "quem não se comunica, se trumbica". E que Internet que nada. E nem MSN, celular, Orkut... A banda RPM já anunciava: "está no ar, nas ondas do rádio". Esse é o território do radioamadorismo, uma atividade que utiliza nosso velho conhecido, o rádio, para prestar serviços de utilidade pública e aproximar pessoas do mundo inteiro. Mesmo com toda a evolução tecnológica, o radioamadorismo segue firme nos dias de hoje.

Recentemente, as atividades de um radioamador ganharam destaque na imprensa nacional. O alagoano André Sampaio, 59 anos, participou ativamente dos trabalhos iniciais de busca pelos destroços do vôo AF 447 da Air France. Sampaio mora em Fernando de Noranha e teve papel em salvamentos de pessoas em mais de 20 desastres aéreos e marítimos em seus 30 anos de radioamador. Foi ele a confirmar, em primeira mão, a notícia da localização do que seriam os primeiros destroços do Airbus. A informação foi oficializada pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Tal como o papel desempenhado por Sampaio em Fernando de Noronha, o presidente do Clube de Radioamadores do RN, o advogado Maurício Barreto, 60, ressalta que o radioamadorismo já prestou um grande serviço de utilidade pública no estado. "Os radioamadores eram acionados em ocasiões de calamidade pública como em cheias, enchentes, buscas por embarcações ou aeronaves e comunicações distantes. Por muitos anos foi o rádio que prestou esse serviço".

Ele lembra uma inundação que atingiu o Vale do Açu nos anos 60. "Os radioamadores montaram estações nos municípios atingidos, possibilitando a comunicação com Natal e a organização de uma rede de assistência. Montamos a cadeia de rádio e a partir dela, as canoas, barcos e helicópteros puderam fazer seu papel. Salvamos várias vidas retirando as pessoas da águas e distribuindo alimentos".

No RN, as atividades radioamadoras foram iniciadas em 1946 por meio do dentista José Bezerra Marinho. Um ano depois surgia o Clube de Radioamadores, inaugurado em 1948, emum terreno doado pelo governador José Varella. "O radioamadorismo começou a se difundir e ganhar novos adeptos a partir do clube. Naquela época os meios de comunicação eram bastante rudimentares. Para falar com alguém no Rio de Janeiro, o natalense descia até a Ribeira, marcava hora para usar o telefone público e ainda assim não era garantido que fosse conseguir completar a chamada. Com o rádio se falava praticamente na hora".

Por Luiz Freitas do Diário de Natal

23 junho 2009

AVISO AOS RADIOAMADORES E ALUSÃO AO EPISÓDIO DE FERNANDO DE NORONHA!

Atualmente, certa plêiade de radioamadores encontra-se desinformada e, conseqüentemente, desamparada, de certa forma, dentro do “Hobby”, simplesmente porque não tiveram escola. Sim, ‘e isso mesmo. Refiro-me as “escolinhas” das Seccionais da LABRE, que hoje fazem tanta falta e levam colegas desinformados a dar com os burros n’água.

Somente neste ano, alguns radioamadores foram presos e até mesmo perderam os prefixos, porque foram envolvidos nos estertores da teia da desinformação. Cito, por exemplo, os eventos desagradáveis que ocorreram com radioamadores do sul do país, centro este e Tocantins, envolvidos em comunicações desautorizadas e clandestinas, pois na ânsia de serem os maiorais em “comunicação radioamadorística”, utilizaram um satélite sucata da marinha americana, que ainda estava rolando pelo espaço sideral.

Ora, Senhores, primeiramente eles não sabiam que todo satélite, por mais sucata que seja tem a sua vida útil registrada a todo momento e todas as comunicações que eles realizam são gravadas nos seus países de origem até que, algum dia eles sejam considerados obsoletos e ao apertar de botão nos seus centros de controle, sejam proposital e eletronicamente derrubados por controle remoto, em áreas pré-determinadas no pacífico, ensejando a busca e recolhimento dos seus destroços em locais orientados por um sinal via satélite, como qualquer avião que cai.

Mas, voltando ao âmago desse tema de hoje, o fato é que traficantes de drogas estavam também usando esse satélite sucata da marinha americana, e eles mesmos levaram de reboque para a Policia Federal, alguns radioamadores que faziam uso também desse famigerado meio de comunicação.

Agora estão eles com os seus indicativos perdidos e sendo vitimas de processos graves no país, classificados como atentado contra a segurança da nação.

Não sabiam eles, que esses satélites, embora caducos, gravaram nos seus centros de controles, a localização dos endereços de cada um que os usou, ilegalmente. Além disso, nem a taxa da ANATEL, para o uso de satélites normais eles sabiam que deveriam ser, antecipadamente, pagas.

Então, deu no que deu.

Em alusão ao outro evento ocorrido na semana passada com o nosso colega PY0 FF, André Sampaio, de Fernando de Noronha, aquilo, no mínimo nos deixou bastante perplexos.

Parece que as autoridades em instituições não sensíveis à dor das vitimas daquele horrendo desastre aéreo, carrearam mais uma vitima no seu bojo de maldade, incriminando um radioamador que tentava, em primeira mão, ajudar com a busca a algum, porventura, sobrevivente.

André, radioamador experiente e um colega bastante ético, foi barbaramente censurado e esnobado na sua boa intenção de ajuda e prestação de primeiros socorros, na calada da noite.

Mesmo que ele fosse um colega noviço no radioamadorismo e tivesse colocado o carro adiante dos bois, se antecipando as buscas por sobreviventes, em detrimento de alguma pré-autorização de comandos militares brasileiros e franceses, não custava nada, esses mesmos comandos explicarem a ele, que, qualquer radioamador, a partir de agora, só poder ser ousado em ações de emergência, após uma autorização desses mesmos comandos, que desconhecem o que é uma emergência e a importância da corrida contra o tempo no salvamento de seres humanos.

Quanto aos pecados atribuídos a ele pelas noticias truncadas publicadas na mídia, todos nos sabemos que alguns desses jornais e TV’s é que trabalham errado, no intuito de estardalhar as notícias e confundem alhos com bugalhos e até mesmo “Maria José, com José Maria.”

Então, colegas lamentamos muito, muito mesmo a falta de confiança de autoridades brasileiras nos radioamadores daqui, mormente na potente estação construída com o esforço e o dinheiro do bolso de André, fazendo do seu “shack “um posto avançado da marinha, aeronáutica e exército brasileiros e uma das estações mais importantes do universo, como é a estação de um humilde radioamador: o único meio de comunicação do planeta a prova de falha - o Radioamadorismo”.

PT7VOI - Sidnei (14.06.2009)

15 junho 2009

MOGI TEM RADIOAMADORES EM AÇÃO

Um hobby que pode, em situações de emergência, se transformar na única ferramenta hábil a salvar vidas. Assim pode ser definido o radioamadorismo, uma atividade que remonta ao princípio do século XX e, embora esteja quase sempre fora dos holofotes, ainda é bastante comum. Em Mogi das Cruzes é possível encontrar um grupo de homens e mulheres que mantém essa prática viva. De dentro de suas casas ou veículos eles conseguem se comunicar com as mais diversas partes do Estado, País e até do mundo, e contabilizam histórias de momentos em que, na falta de qualquer outro suporte, puderam ajudar pessoas em perigo.

O radioamadorismo ganhou recentemente as páginas de jornais de todo o mundo, depois que André Sampaio, radioamador premiado, foi o primeiro a fornecer, ao vivo, a notícia da localização do que seriam os primeiros destroços do voo 447 da Airbus. Sampaio é adepto da atividade há 20 anos e reconhecido na Ilha de Fernando de Noronha, já que, ao longo do tempo, auxiliou em salvamentos em mais de 20 desastres aéreos e marítimos. Desta vez não foi possível preservar vidas, dada a amplitude do acidente, mas foi a comunicação estabelecida por Sampaio com embarcações no Oceano Atlântico que deu o primeiro ensejo sobre a localização aproximada da tragédia.

O casal Marco Antônio da Costa e Eunice Mance nunca chegou a se envolver em uma ocorrência de tamanha gravidade. Mas eles se lembram bem do 17 de dezembro de 1994, quando um ônibus com sacoleiros que voltavam do Paraguai para Jacareí se envolveu em um grave acidente no Estado do Paraná, que deixou muitos mortos. Um radioamador foi com seu equipamento ao local da ocorrência, acabou entrando em comunicação direta com Marco Antônio e Eunice e, dali, diretamente, passou a informar a identidade de quem havia morrido, sobrevivido e o estado de saúde dos passageiros. Tudo o que o casal recebia retransmitia para a Defesa Civil em Jacareí.

"Jacareí não ouvia o Paraná, então acabamos entrando no meio. Naquela época as pessoas não tinham celular e as facilidades de hoje. Até todos darem entrada no hospital e a Polícia divulgar os nomes dos mortos e feridos ia levar horas. Conseguimos repassar todas as informações quase que instantaneamente para Jacareí. Me lembro até hoje do frio na barriga, mas foi a partir desse dia que não consegui mais abandonar o rádio", relatou Eunice.

Na residência do casal, o primeiro a se enveredar no radioamadorismo foi Costa. Ele conta que ganhou o primeiro rádio de um parente quando tinha nove anos. A princípio, tinha medo de utilizar o equipamento para se comunicar com terceiros, mas após a "febre" do rádio que surgiu nos anos 70, resolveu investir nesse universo. Até 1980 Costa foi "faixa cidadão", uma categoria mais simples de comunicador via rádio limitada a 60 canais com potência máxima de 7 Watts em amplitude modulada (AM) e 21 Watts em banda lateral singela com portadora suprimida (SSB).

Anos depois ele resolveu subir na hierarquia dos amantes da atividade, regulamentou-se junto a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fez todos os exames que são requeridos e se tornou, enfim, radioamador. Conforme explica Costa, ser radioamador implica numa série de fatores que têm de ser entendidos e absorvidos, como legislação, ética operacional, telegrafia para emissão e recepção e rádio técnico. "O radioamador deve saber, por exemplo, fazer a manutenção de sua própria antena", frisa.

Para Costa, além do entretenimento garantido pelo rádio, a característica que mais o apetece é o serviço público que ele permite exercitar. "O radioamadorismo é, acima de tudo, altruísta", enfatiza. Como exemplo disso, ele se recorda da aeronave que, há muitos anos, caiu em Biritiba Mirim. Costa tinha o hábito de escutar a freqüência da Polícia, dos Bombeiros e de aviões. Neste dia em específico ele estava "na coruja" da freqüência das aeronaves, quando escutou um piloto que alegou estar tendo dificuldades. Imediatamente comunicou a Polícia e os Bombeiros, que conseguiram ir até o local e fazer o resgate do piloto e seu acompanhante com vida.

Outra ocorrência interessante se deu durante a primeira guerra que eclodiu no Iraque, quando o país ainda estava sob comando ditatorial de Saddam Hussein. Conforme relatou Costa, a organização que regulamenta a atividade dos radioamadores – Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão (Labre) – emitiu um comunicado para que todos aqueles que praticassem o radioamadorismo ficassem com os aparelhos ligados em um regime de plantão de 72 horas. "Foi uma medida de precaução, no caso de alguma emergência. O que escutamos com mais freqüência foram as tempestades no deserto", relata.

Diário on line (Mogo Mirim/SP), 15.junho.2009