Já dizia Chacrinha: "quem não se comunica, se trumbica". E que Internet que nada. E nem MSN, celular, Orkut... A banda RPM já anunciava: "está no ar, nas ondas do rádio". Esse é o território do radioamadorismo, uma atividade que utiliza nosso velho conhecido, o rádio, para prestar serviços de utilidade pública e aproximar pessoas do mundo inteiro. Mesmo com toda a evolução tecnológica, o radioamadorismo segue firme nos dias de hoje.
Recentemente, as atividades de um radioamador ganharam destaque na imprensa nacional. O alagoano André Sampaio, 59 anos, participou ativamente dos trabalhos iniciais de busca pelos destroços do vôo AF 447 da Air France. Sampaio mora em Fernando de Noranha e teve papel em salvamentos de pessoas em mais de 20 desastres aéreos e marítimos em seus 30 anos de radioamador. Foi ele a confirmar, em primeira mão, a notícia da localização do que seriam os primeiros destroços do Airbus. A informação foi oficializada pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Tal como o papel desempenhado por Sampaio em Fernando de Noronha, o presidente do Clube de Radioamadores do RN, o advogado Maurício Barreto, 60, ressalta que o radioamadorismo já prestou um grande serviço de utilidade pública no estado. "Os radioamadores eram acionados em ocasiões de calamidade pública como em cheias, enchentes, buscas por embarcações ou aeronaves e comunicações distantes. Por muitos anos foi o rádio que prestou esse serviço".
Ele lembra uma inundação que atingiu o Vale do Açu nos anos 60. "Os radioamadores montaram estações nos municípios atingidos, possibilitando a comunicação com Natal e a organização de uma rede de assistência. Montamos a cadeia de rádio e a partir dela, as canoas, barcos e helicópteros puderam fazer seu papel. Salvamos várias vidas retirando as pessoas da águas e distribuindo alimentos".
No RN, as atividades radioamadoras foram iniciadas em 1946 por meio do dentista José Bezerra Marinho. Um ano depois surgia o Clube de Radioamadores, inaugurado em 1948, emum terreno doado pelo governador José Varella. "O radioamadorismo começou a se difundir e ganhar novos adeptos a partir do clube. Naquela época os meios de comunicação eram bastante rudimentares. Para falar com alguém no Rio de Janeiro, o natalense descia até a Ribeira, marcava hora para usar o telefone público e ainda assim não era garantido que fosse conseguir completar a chamada. Com o rádio se falava praticamente na hora".
Por Luiz Freitas do Diário de Natal
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